terça-feira, 28 de setembro de 2010

DELÍRIOS DE UM MANDARIM

Eu quero continuar na política

Esta sanha que o destino me relegou

Nosso país é tão grande e tão rico

Pra governá-lo o povo me designou

Sou comandante, cabra macho danado

Com esta minha cara barbuda e de pau

Conheço a gente deste país massacrado

Mas pra governar, sei que estou bem legal

Sou um molusco, assim...meio asno

Nesse mundo por onde circulo

Percebo até que sou bem cortejado

Por milionários, pobres, fracos e duros

Perdi um mínimo em certo desleixo

Mas para mim isso até que deu certo

Tive pobrema pra chegar onde estou

Quem me ajudou foi um bando esperto

Tenho o poder designado por tantos

Que a mim, até que veneram bastante

A muitos tenho certeza que engano

Pra outros, isso não é importante

Quero esse povo esmola comendo

Sempre pensando que isso é trabaiá

Mas uns tempos e eu saio correndo

Esses tolinhos ainda vão me apoiá

Já trabaieie e fui um cabra astuto

Num certo meio do faz-de-conta

Hoje sou tratado como um mandarim

Pago pra ver quem é que me desbanca

Na transposição vou tentar me arrumar

Tendo apoio de uma cambada caduca

Espero que a súcia venha me apoiar

Pra não acabar como lelé da cuca


Fui capacho de um cabra louco no norte

Muito maluco como são outros no sul

Com eles sempre me ajeito com sorte

Enquanto esse povo vai tomando caju

Quero avisar a todos os puxa-sacos

Que eu não sou esse tipo bonzinho

Só estou tentando arrumar minha turma

Depois caio fora porque sou espertinho


Josue Ramiro Ramalho
Diversidade Poética

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